terça-feira, 17 de dezembro de 2013

WAGNER GONZALEZ EM CONVERSA DE PISTA

Renault e Lotus próximas do divórcio

F-1 vive fim de ano movimentado: Lotus pode fechar as portas, FIA procura novas equipes e Ron Dennis quer reassumir a McLaren.

Wagner Gonzalez
A temporada acabou há quase um mês, o campeonato de 2014 só começa dia 17 de março mas nem por isso a F-1 está parada. Muito pelo contrário, o que não falta é notícia ou comentário, muitos deles nada promissoras para  o futuro da categoria. Enquanto Ross Brawn não se decide sobre o quer fazer no ano que vem muita água vai passando por baixo da ponte do rio Thames e muitos trens vão passando pelo túnel sob o Canal da Mancha, aquele que liga o Inglaterra à França.  Exatamente nestes dois países estão os focos das principais notícias da semana, ainda que repercussões na América Latina e na China.Trocando em miúdos, algo difícil haja vista que na F-1 números e egos tem dimensões estratosféricas, a história do momento passa por Enstone, Viry-Châtillone e, obviamente, Paris. 
Lotus garantiu Maldonado e pode perder Renault (foto Lotus)
São nestas cidades que funcionam a equipe Lotus de F1, a fábrica de motores de F1 da Renault e a FIA, principais personagens do capítulo de hoje, cada um com papéis muito bem definidos. A outrora famosa e imbatível escuderia criada por Anthony Colin Bruce Chapman – que muita  gente jura que está vivo e que mora no Brasil -, parece cada mais encalacrada numa espiral de problemas. Segundo Gilles Gaignault, francês que já ocupou o cargo de assessor de imprensa da FIA na F1, a relação entre a Lotus e a Renault já azedou de vez: segundo ele a “Régie”, como a fábrica francesa é tratada por seus admiradores, já estaria retirando motores e equipamentos da sede da equipe. Além disso, os contadores da fábrica teriam perdido a paciência com o atraso no pagamento do aluguel dos motores fornecidos e usados nas últimas duas temporadas. Quanto eles devem? Algo em torno de U$ 150 milhões…

Eric Boullier pode estar de volta para casa (foto Renault )
Se isso é verdade ou mentira difícil dizer para quem está deste lado do Atlântico, mas tudo indica que a história tem fundamento. Ontem voltei a falar com minha fonte na Renault Sport sobre o contrato com a Lotus para 2014 e a resposta foi “infelizmente, nada ainda foi assinado com a Lotus. Por enquanto só forneceremos motores para três times: Red Bull, Toro Rosso e Caterham”. Pior, o colega Gaignault indica ainda que Eric Boullier (atual diretor esportivo da Lotus) estaria de malas prontas para voltar a trabalhar no departamento de competições da ”Régie”. Se tudo isso for verdade, e os indícios indicam que as chances disto acontecer são altas, Gerard Lopez – o bam-bam-bam da Lotus -, terá que dançar a Macarena para receber os petrodólares que conseguiu arrancar da PDVSA, a “Petrobrás venezuelana” que garantiu a participação de Pastor Maldonado como companheiro de equipe de Romain Grosjean na temporada de 2014. Ou consegue amolecer os corações franceses na base da amizade, fraternidade e igualdade ou terá que dançar a polca ou a tarantella para conseguir um motor da Mercedes ou da Ferrari, únicas provedoras de motores em condições de equipar um F1 na temporada do ano que vem.

No mais perfeito estilo Caetanear, Jean Todt  deu mostrar que conhece os versos de “Sòzinho”, aquela música que diz “quando a gente gosta é claro que a gente cuida”: sem fazer qualquer ilação à situação da Lotus, o recém-eleito presidente da FIA anunciou na semana passada a “instalação de um processo para selecionar possíveis interessados em participar do Mundial de F-1 de 2015 ou 2016 em nível competitivo”. Se você está interessado e tem U$ 5 mil para depositar na conta da FIA, clique aqui e veja como entrar nessa barca; detalhe, não deixe para fazer isso após curar a ressaca do reveillon: o prazo se esgota no dia 3 de janeiro. Quem já brincou de ligar os pontos para descobrir a figura que vai aparecer pode enxergar que o caminho mais fácil para realizar esse empreendimento é comprar uma estrutura pronta e aproveitar a mão de obra especializada já contratada. Como a Lotus não anda muito bem das pernas e Ross Brawn está, de certa forma, sem trabalhar, quem sabe….

Se a Lotus pode sair, quem quer voltar é Ronald Dennis, sim o Ron da McLaren. Responsável por recuperar a equipe após um período de maus resultados quando Teddy Mayer perdeu a mão, Dennis preparou sua saída do comando da equipe e preparou Martin Whitmarsh – então executivo da British Aerospace -, como seu sucessor. A temporada de 2013, marcada pelos resultados medíocres e nenhum pódio, mexeu com os brios do ex-mecânico de Jochen Rindt e Jack Brabham e fundador das equipes Rondell, Project 3 e Project 4.

Ron Dennis abre no mercado chinês (foto McLaren)
Aproveitando uma viagem à China, para inaugurar a primeira loja da McLaren Automotive, em  Shanghgai, ele teria conversado com potenciais investidores chineses para levantar os fundos necessários para adquirir as ações de Mansour Ojjeh ou do Fundo Soberano do Bahrain, que atrravés da Mumtalakat Holding detém 50% das ações do Grupo McLaren. Nos próximos anos a marca vai focar sua expansão na China, onde em muito breve serão abertas novas lojas em Beijing, Guangzhou e Chengdu. Com isso convencer milionários e fundos  chineses a apoiar seus projetos torna-se, no mínimo, menos dificil; entre as empresas que Dennis teria contato está a China Investment Corporation. Talvez isso tudo seja aconselhável que Whitmarsh ponha suas barbas de molho…

Porsche 919 Hybrid tem motor em linha (foto Porsche)
Porsche WEC 2014 vem com motor em linha

Tal como mencionoei em minha coluna de 3 de setembro, o Porsche WEC 2014, agora oficialmente batizado de 919 Hybrid, terá um motor de cilindros em linha, quatro deles para ser mais exato.  Atente para o escapamento na traseira.


Ricardo Maurício obrigado a rejeitar convite da Argentina

Maurício: convite para correr naArgentina (foto José Mário Dias)

O paulista Ricardo Maurício, que domingo (15/12), venceu o Campeonato Brasileiro de Stock Car com o segundo lugar obtido na prova disputada em Interlagos, foi obrigado a rejeitar um convite para disputar a temporada argentina de Super TC2000 em 2014. Segundo o piloto “ o convite feito por Pablo Peón, promotor da categoria, era para defender a equipe oficial da marca Chevrolet”. A coincidência de duas datas do certame argentino com o calendário brasileiro de Stock Car, no entanto, inviabilizou a proposta. O título obtido em Interlagos foi o segundo de Ricardinho na categoria; este ano o paulista também sagrou-se bicampeão no certame brasileiro que reúne modelos Chevrolet Vectra, Ford Focus, Honda Civic, Mitsubishi Lancer e Toyota Corolla equipados com um conjunto padrão de motor-câmbio-suspensão.

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