terça-feira, 25 de outubro de 2011

DAF define principais fornecedores



Pedro Kutney, AB
www.automotivebusiness.com.br



A Paccar, fabricante dos caminhões DAF, já definiu seus principais fornecedores da fábrica de Ponta Grossa, no Paraná, que recebe investimento de US$ 200 milhões e começa a operar entre maio e junho de 2013, com a produção do extrapesado XF. “Teremos índices de nacionalização suficientes tanto para atender às normas de financiamento do Finame/BNDES, de 60%, como para as novas regras do IPI, de 65%”, assegura Marco Antonio Davila, presidente da DAF Caminhões do Brasil. 

Os fornecedores já definidos para atingir os índices de nacionalização necessários são os seguintes: 
• ZF – Transmissões 
• Meritor – Eixos Tratores 
• Suspensys – Eixos de Arrasto e Direcionais
• Cabine – Automotiva Usiminas
• Maxion e Metalsa – Chassis

Com os componentes acima feitos aqui, a empresa abre espaço suficiente para colocar na sua conta de importações os motores, que inicialmente serão trazidos da Holanda, onde ficam as instalações da marca DAF. “Mas também poderemos colocar agregados do motor comprados de fornecedores brasileiros”, informa Davila. 

O primeiro modelo a sair da linha de produção paranaense – será a nona planta de montagem de caminhões da Paccar no mundo – é o pesado XF, que usa motor MX, de seis cilindros e 12,9 litros, podendo ser configurado nas potências de 410, 460 e 510 cavalos. “Alguns meses depois deveremos começar a fazer também o CF (foto)”, conta Davila. Essa linha de médios e semipesados usa o motor MX a partir de 360 cavalos, mas também o GR de 286 e 300 cavalos, que é feito sob encomenda pela Cummins para a Paccar. “De início vamos importar este motor também, mas depois, quando os volumes se justificarem, poderemos fazê-lo na Cummins do Brasil”, revela o executivo. 

O mesmo processo poderá acontecer com os motores Paccar FR, produzido hoje também pela Cummins em quatro versões de potência, de 140 a 207 cavalos, que equipam os caminhões leves da DAF, da linha LF. “Vamos produzir os LF aqui também, mas de um a dois anos depois do início da operação”, diz Davila. A fábrica de Ponta Grossa nasce com capacidade inicial de 10 mil unidades/ano e poderá atingir 15 mil em uma segunda etapa do projeto, para além de 2016. 

Estratégia e ambições

Apesar de já ter começado a construção da fábrica no Paraná, a Paccar/DAF começará sua operação no Brasil com os caminhões XF importados da Holanda, que devem desembarcar por aqui no fim de 2012 ou início de 2013, “dependendo das condições econômicas e da formação da rede de revendas”, diz Davila, revelando que o projeto é começar com 40 a 50 concessionárias de cerca de 25 grupos empresariais. Mais adiante, a meta é atingir 100 pontos de venda até o fim de 2013. 

“Temos uma expectativa conservadora de vender de 1 mil 1,5 mil caminhões em nosso primeiro ano completo no Brasil”, afirma o presidente da DAF. No prazo de cinco a dez anos, contudo, a ambição é bem maior: “Achamos que temos produtos adequados para participar de pelo menos 10% do mercado”, avalia Davila, que projeta a manutenção do patamar em torno de 150 mil caminhões vendidos no Brasil por ano pelos próximos anos. “Existem diversos fatores econômicos que sustentam esse mercado nesse nível, como o crescimento do País e eventos como Copa do Mundo (2014) e Olimpíada (2016).” 

Davila diz que a DAF quer ser reconhecida como marca premium no Brasil. “Não pretendemos vender mais barato do que os outros”, avisa. Por isso a estratégia é de entrar no mercado brasileiro primeiro com o modelo topo de linha, o pesado XF 105, que brigará por espaço com marcas já estabelecidas nesse segmento, como Scania e Volvo. 

Bons resultados e solidez

A americana Paccar, segundo informa Davila, “é uma empresa conservadora e só decidiu se instalar no Brasil após a estabilização econômica do país”. A companhia, que nos Estados Unidos fabrica caminhões das marcas Kenworth e Peterbilt, atua na Europa com a DAF, holandesa que comprou em 1986. O grupo vem apresentando lucros sucessivos nos últimos 72 anos e sua classificação de risco de crédito é de “investimento seguro” (ou investment grade), com a nota A+ conferida pela agência Standard&Poor’s. 

Em 2010 a Paccar apurou lucro líquido de US$ 458 milhões, com receita total de US$ 10,3 bilhões, registrando nos últimos dez anos rentabilidade sobre patrimônio líquido de 21,5%. 

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